quinta-feira, 28 de setembro de 2023

PF REALIZA SEGUNDA FASE DA "OPERAÇÃO FLAK" EM SÃO FÉLIX DO XINGU E TUCUMÃ


Por Ana Paula Rehbein e Patrício Reis, g1 Tocantins e TV Anhanguera.

Dezenas de mandados judiciais foram cumpridos nesta quarta-feira (27) durante uma operação da Polícia Federal que investiga o tráfico internacional de drogas. A ação corresponde à segunda fase da operação Flak – realizada em 2019.

Agências de turismo e casas de câmbio estão entre os principais alvos da segunda fase da Operação Flak, realizada nesta quarta-feira (27) pela Polícia Federal. Essas empresas e seus proprietários funcionavam como uma rede de apoio para a operação do tráfico internacional, intermediando a compra de aeronaves e a lavagem de dinheiro. 

Foram cumpridas ordens de 31 mandados de busca e apreensão emitidos pela 4ª Vara da Seção Judiciária do Tocantins sendo cumpridos em cidades do Pará e de Goiás: Goiânia (GO), Tucumã (PA) e São Felix do Xingú (PA).


Sequestro de bens móveis e imóveis, incluindo nove fazendas.

Sequestro de diversos bens, 9 fazendas, 19 aviões e bloqueio de contas bancárias de 41 pessoas.

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Interceptações feitas com autorização da Justiça descrevem conversas entre João Soares Rocha, apontado como chefe da organização criminosa e empresários ligados às agências de turismo para a compra dos aviões.

A investigação apontou que o grupo chegou a comprar aeronaves como se fossem sucata para desmanche e aproveitamento de peças, com objetivo de burlar a tributação. Depois eram feitas adulterações e os aviões passavam a voar com prefixos de aeronaves que tinham se acidentado durante o transporte das drogas.

João Soares Rocha chegou a ser preso durante a primeira fase da operação, mas ganhou liberdade e está foragido. Entre os alvos de mandados cumpridos nesta quarta-feira (27) também estão parentes dele.


A investigação é contra uma organização criminosa que supostamente faz o tráfico internacional de drogas a partir dos países produtores, como a Venezuela, Bolívia, Colômbia e Peru, até países de passagem ou destinatários finais como o Brasil, Honduras, Suriname.


Também havia transporte para países da América do Norte, África e Europa.

Conforme a PF, esta segunda fase identificou que a organização criminosa tinha também uma estrutura de câmbio ilegal e movimentação financeira paralela, fora do sistema bancário para lavar dinheiro, bens e ativos.


Para isso, o grupo usava empresas de turismo e agências de câmbio em Palmas e Goiânia (GO). A organização criminosa também lavava dinheiro por meio da utilização de postos de combustíveis nas cidades de Tucumã (PA) e Aparecida de Goiânia (GO), além de criar empresas de fachada e adquirir imóveis registrados em nome laranjas.


Conversão de dólares

A investigação apontou que as agências de turismo e casas de câmbio em Palmas e Goiânia também participavam do esquema fazendo a conversão clandestina de dólares e a transferência dos valores para outros membros da organização criminosa e laranjas.


“Neste sentido descobriu-se a prática de “câmbio paralelo” por agências de turismo situadas em Palmas-TO e Goiânia-GO, que trocavam o dólar por real, o que gerava uma espécie de crédito para o integrante da ORCRIM, recebido por meio de transações bancárias destinadas à sua própria conta ou em nome de terceiros que indicavam”, diz trecho da decisão.

Essas agências também eram utilizadas pela organização criminosa, segundo a investigação, para pagar por caminhões e até para receber pagamentos pela venda de ouro.


Durante a operação duas pessoas foram presas e passariam por audiência de custódia.


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